"Essa semana foi marcada pela exposição, na mídia, de cenas e reportagens que envolvem a Polícia Militar que fazem os anos de chumbo da ditadura militar parecerem brincadeira. Uma das imagens mais chocantes mostra policiais do Amazonas atirando a queima roupa em um jovem desarmado e implorando pela vida. Até o caso vir a tona, o alto escalão da PM do Amazonas se limitou a proteger os envolvidos e ocultar essa ocorrência da sociedade. Outras matérias mostraram um policial usando spray de pimenta em uma criança de colo, durante um protesto de moradores que habitavam o Morro do Bumba, em Niterói, onde morreram 47 pessoas durante as chuvas. Ontém veio a tona o caso do estudante de História Helder Santos, que é baiano e está estudando na Unipampa, no Rio Grande do Sul, e foi vítima de agressões policiais por motivações racistas e agora ameaças de morte" (Comentário retirado desse blog)O estudante Helder Santos, 25, não vai trazer na bagagem de volta à Bahia o diploma do curso de história da Unipampa, no Rio Grande do Sul. Ele foi obrigado a abandonar o curso no 3º semestre e deixar a cidade de Jaguarão, no sul do estado, após sofrer ameaças de morte em cartas supostamente enviadas por policiais da Brigada Militar da cidade. Helder denunciou ter sido vítima de racismo e agressão por policiais da Brigada.
Assista a uma entrevista com o estudante
A primeira carta anônima chegou à casa do estudante de Feira de Santana após ele denunciar na Corregedoria da Polícia e na rádio local que tinha sido agredido e chamado de 'negro vagabundo' ao tentar defender um amigo de uma abordagem policial. Helder foi agredido na barriga e no ombro por um dos policiais e em seguida detido acusado de desacato.
Veja o parecer da Brigada Militar sobre o caso.
Leia declarações da promotora que disse que não existe racismo na polícia de Jaguarão.
Veja as ameaças feitas a ativistas que denunciaram o caso
Carta ameaçando o estudante (fonte) |
Em um dos trechos, o texto diz: “Se tu for lá na Brigada e falar a verdade e me caguetar no meu processo, eu vou te cobrir de porrada. No carnaval, tu escapou, mas dei um jeito de embolachar teu amiguinho Seco Edson sem sujar as mãos. Deixamos a cara dele mais feia e preta que a tua, seu otário”.
Após as denúncias, as ameaças aumentaram. "Eles começaram a passar na porta da minha casa com a viatura ligada, várias vezes ao dia. Passavam bem devagar e, no início pensei que era apenas para me intimidar", contou o estudante de Porto Alegre, para onde se mudou após as ameças.
O estudante deve voltar à Bahia na próxima semana e tenta transferência para outra universidade. "Vou tentar me transferir para a Universidade Federal do Recôncavo. Estou na casa de um amigo esperando alguma posição".
O caso está sendo investigado pela Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial, ligada à Presidência da República, e pela Promotoria de Direitos Humanos do Ministério Público do Rio Grande do Sul. Procurado pelo CORREIO, o comandante da Brigada Militar de Jaguarão, major José Antônio Ferreira, não foi encontrado para dar esclarecimentos sobre a acusação e não retornou às ligações.
"Eu estava concretizando tantos sonhos, minha casa estava toda mobiliada, minha vida estava toda estruturada. Deixei a Bahia só para estudar, fiz 'Livro de Ouro' para juntar dinheiro, passei listinha entre amigos que me ajudaram a comprar a passagem. Comecei a trabalhar na prefeitura, atuava com um trabalho voluntário na comunidade quilombola, com os presos, e estou saindo daqui sem nada", disse o estudante por telefone.
Fonte: http://www.correio24horas.com.br/noticias/detalhes/detalhes-2/artigo/estudante-baiano-abandona-universidade-apos-denunciar-agressao-e-racismo-de-pms/
Repercussão
O caso está sob análise da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial, ligada à Presidência da República, e da Promotoria de Direitos Humanos do Ministério Público gaúcho. A Brigada Militar tem duas sindicâncias em andamento contra um soldado, um sargento e o comandante da BM de Jaguarão, major José Antônio Ferreira.
O major disse que houve “sensacionalismo” e afirmou que está apurando o que aconteceu. No entanto, o secretário Estadual de Justiça e Direitos Humanos, Fabiano Pereira, afirma que a denúncia é grave e será alvo de atenção da pasta. Ele designou duas equipes, uma de investigação e outra de proteção, para a cidade de Jaguarão.
Na Capital, Santos será enviado para um abrigo de acolhimento provisório. Depois, vai voltar para a Bahia. “Eu não sei nem o que falar, porque eu vim pra cá com tantos sonhos, já estava concretizando alguns deles trabalhando como estagiário de história na prefeitura, e vou ter que abandonar tudo e retornar para casa”, lamentou ele, em entrevista à Rádio Guaíba.
Santos é o primeiro integrante da família a iniciar formação universitária, mas corre o risco de ter de parar de estudar, caso o Ministério da Educação não consiga sua transferência para uma universidade no Nordeste.
Fonte: http://www.correiodopovo.com.br/Noticias/?Noticia=272654
esse major deve ser igual aos outros, um preconceituoso. 90% dos gauchos são preconceituoso, até mesmo com os negros de lá, imagina os da Bahia. Quero só ver se não vai haver justiça. Espero que quem esteja resolvendo o caso não seja igual a maioria
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