Em entrevista no Bom dia Brasil o ministro Fernando Haddad responde a críticas feitas ao ENEM. A impressão que tem quem está acompanhando a discussão é que existe um esforço de alguns meios de comunicação (como Globo e Folha de São Paulo) por criar um clima calamidade pública em torno dos problemas do exame, provavelmente motivado por interesses políticos (como sugerido aqui) e pelo sensacionalismo característico dos nossos piores jornais. Não que o ENEM não sejá criticável. Certamente também existem interesses políticos por trás da defesa do exame. Mas em seu afã por desqualificar o ENEM a todo custo, a grande mídia erra na mira, transforma em escândalo coisas de pouca importância, e não esquece o que seria realmente criticável. A quantidade de provas com erro de impressão é muito pequena e a gráfica contratada assumiu responsabilidade sobre elas, e a possibilidade de aplicação de uma prova diferente e de mesmo grau de dificuldade aos candidatos que tiveram problemas já foi defendida por vários especialistas e entidades, inclusive a ONU, baseado na Teoria da Resposta ao Item, metodologia que é usada na correção das provas. Já o caráter impositivo que o exame tem às universidades, condicionando o recebimento de recursos adicionais à adesão, e a pressa, com certa dose de imprudência, em ampliar o ENEM tão abruptamente são pontos muito mais cruciais e muito menos explorados.
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